terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Como não celebrar a poesia entre nós?

A mão se ergueu. Eu tinha concluído a explicação sobre os gêneros literários. Era recente ainda na sala o comentário sobre a expressão lírica. Enxerguei aquele braço erguido e, preparando-me para responder a alguma pergunta ou para ouvir algum comentário, deixei que a sua dona falasse. Ela o descansou na carteira e, num movimento contínuo e leve, timidamente, retirou de debaixo da outra mão e de seu material escolar uma arrancada folha de caderno.

A face baixa, numa timidez solene, olhou para o papel e, nas linhas que enxergava ali, parece ter se encorajado para dizer "Professor, é que eu escrevi um poema..." Foi um desabafo. A irrupção criativa daquela moça me constrangeu. 

Um silêncio conversou conosco naqueles instantes. Eu, ainda positivamente perplexo, perguntei se a jovem gostaria de ler para a classe o seu poema, afinal de contas, a poesia pedia para ser nossa, pois nos tirou do mecanismo didático, da rotina pedagógica e nos despertou para respirar ares de vida e de liberdade ainda que naquela sala de aula tão comum.

Aquela voz foi crescendo. O poema se tornou público, saindo daquela folha de caderno e alcançando a moçada que estava distribuída no entorno. Eu observava e quase não acreditei que aquele voo livre da poesia desse um rasante em nós na terça-feira de manhã. Leitura concluída. Silêncio. De repente, respeitoso, um menino começou a aplaudir. O aplauso foi seguido por toda a turma e por mim também. Como não celebrar a poesia entre nós?

sábado, 23 de fevereiro de 2013

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Aprendendo...

Hoje, estava estudando com meus alunos a respeito das figuras de linguagem nas aulas de literatura. Conversei com eles sobre alegoria e, como exemplo, analisamos a passagem de Mateus 13.1-9. Agora, encontrei um vídeo que traduz essa conversa alegórica de Jesus de modo singelo e profundo. Vale a pena assistir.


sábado, 16 de fevereiro de 2013

Volto

Volto à vida deixada naquela caixa de fotografias. Permaneceu ali o tempo de outrora, guardando os segredos da minha memória. Ao colocar nela as mãos, a imagem tagarela vozes antigas. Mas em resposta a ela vem o som cansado deste presente que, em silêncio, dialoga com o que foi tempo.