terça-feira, 27 de maio de 2008

Aprendendo e ensinando

Ontem e hoje, eu, Roger, Nan, Glad and Sak estivemos numa escola aqui em Mandal para darmos aulas para quatro classes.

Nós tínhamos planejado há bastante tempo o que iríamos fazer. Mas é sempre empolgante antes de começar, porque não sabemos como as coisas vão sair, como tudo vai acontecer.

No primeiro dia, encontramos dois grupos com cerca de vinte alunos cada, na idade de doze anos. Pudemos conduzir a aula em inglês. Tivemos algumas canções, danças, jogos e algumas informações sobre os nossos países.

Hoje também encontramos duas classes: ambas com estudantes de seis anos de idade. Assim, tivemos que falar norueguês. Tudo correu bem! Cantamos com eles uma música para nos apresentarmos, assim cada um podia falar o seu nome. Depois, usamos um mapa para mostrar onde ficam os nossos países no mundo: Brasil, Laos, Tailândia, Camarões e Madagascar. Eles também puderam ver as nossas bandeiras.

Não posso negar que foi um desafio e tanto para mim e, acredito, para todo o grupo. Ensinar para crianças é uma tarefa bem desafiadora e recompensadora simultaneamente.

Eu não era tão ligado em trabalhos com crianças e pude aprimorar muito isso durante esse tempo aqui na Noruega. Eu fiquei bem próximo delas e pude aprender muito nesse exercício.

Tanto o trabalho que desempenhei no Barnegospel (em Avaldsnes) quanto essa experiência recente na escola me ensinaram muito. Eu até pergunto: quem é que aprendeu mais?

Teaching

Yesterday and today, me, Roger, Nan, Glad and Sak went to a school in Mandal in order to teach four classes altogether.

We had planned these classes a long time ago. But it’s always exciting before beginning ‘cause we don’t know how it is going to be and what is going to happen. And I thrill in situations like that!

At the first day we met two groups of twenty students each in the age of twelve. We could talk English with them and it went very well. With both we had songs, dance, games, some teaching about culture and greetings in different countries.

Today we were together with two classes. The students were six years-old and we had to speak Norwegian. It went so nice! We sang a famous Norwegian to introduce ourselves: “Hei, hei, hei, jeg heter… Hei, hei, hei, hva heter du?” (Hi, hi, hi, my name is… Hi, hi, hi, what is your name?). After, we used a map pointing our countries and showing our flags: Brazil, Laos, Thailand, Cameroon and Madagascar.

I can’t deny that it was a challenge for me and, I guess, for the entire group. Teaching children is a very challenging task and rewarding simultaneously.

I wasn’t that into tasks that have to do with children, nevertheless this time in Norway made me get more involved with them and I could learn a lot just for being with kids.

The work I followed at Barnegospel (in Avaldsnes) and this very recent experience at school taught me a lot. I would ask: who have learnt more?

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Do travesseiro

Você acha que um travesseiro pode mostrar algo sobre cultura? Em princípio, não via nenhuma possibilidade para isso, mas depois do que experimentei ontem mudei meu ponto de vista.

Cheguei na rodoviária em Haugesund com a minha bagagem e um travesseiro na mão. Na verdade, o travesseiro não era nem meu: era da Cirene (minha team mate), pois ela esquecera na casa da sua família norueguesa e eles me pediram para entregar. Enfim, carregava-o tranquilamente.

Coloquei minha mala no bagajeiro do ônibus e me dirigi até à porta a fim de embarcar. Foi aí que encontrei um moço que trabalha na empresa. Ele olhou para o travesseiro, olhou para mim, olhou e apontou para o travesseiro novamente e disse:

- Nós não temos cama no ônibus.

Eu me surpreendi com a pergunta, mas procurei responder, explicando que eu não tinha a intenção de dormir, mas preferi carregá-lo na mão a deixá-lo no bagajeiro. Ainda sem compreender bem aquela situação, subi no ônibus, fui pagar minha passagem (na Noruega, você compra as passagens na hora que embarca, com o motorista). Ao adentrar no corredor do ônibus e procurar o meu lugar para assentar, um senhor que se assentava no primeiro banco comentou:

- Sabe, até que não é má idéia trazer um travesseiro para dentro do ônibus!

Seguia meu caminho, procurando uma poltrona vaga. Os olhos noruegueses olhavam curiosos para aquele cara com cabelo escuro que entrava no ônibus segurando um travesseiro.

Por fim, encontrei dois bancos vasos e me assentei. Fiquei na cadeira do corredor e deixei o travesseiro viajar na poltrona da janela.

Globalização

Encontrei esta placa numa peixaria em Bergen (Noruega):

"Nós falamos norueguês, inglês, italiano, alemão, espanhol, francês, holandês, árabe, português, russo..."

Quase

Aqueles que me conhecem um pouco sabem que não sou muito interessado em jogos do tipo baralho, tabuleiro e por aí vai. Quer dizer, houve um parênteses na minha adolescência em que o War era a sensação nas noites e até que eu era bom no jogo. Mas agora lembro pouca coisa - talvez tenha que praticar.

Semana passada, estive na casa de uns amigos. Aqui na Noruega os jogos de tabuleiro são muito apreciados pela galerinha mais jovem: existem vários. Um dos mais conhecidos é o Settlers. É um jogo estratégico cujo objetivo é ir construindo casas, cidades, estradas e, assim, acumular pontos. Ganha aquele que conseguir 10 pontos primeiro.

Eu estava jogando sem nenhuma pretensão de ganhar, só por diversão mesmo. Mas teve um momento que percebi que eu estava liderando o jogo. Éramos três pessoas jogando. Os adversários começaram a temer o meu avanço inesperado e foram dificultando as coisas para o meu lado. De repente, notei que estava com 9 pontos - faltava só mais um para ganhar.

Ah, mas não foi dessa vez. Uma das pessoas que jogavam chegou aos 10 pontos, venceu. Eu fiquei com os 9 pontos - inesperadamente consegui atingir esse placar. Enfim, foi bem divertido. Também achei interessante esse quase ganhar. Quase... Quem sabe da próxima!?

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Em primeiro lugar

Ontem, tive um dia bem calmo: não tive muita coisa para fazer. Usei boa parte do tempo para ler, pensar, ficar quieto, ver televisão, essas coisas.

Pela manhã tive tempo de assentar ao piano. Tinha uma melodia na minha mente. Era a canção: "Buscai primeiro o Reino de Deus e a Sua justiça / Todas essas coisas vos serão acrescentadas / Aleluia, aleluia".

À tarde, deparei-me com uma mensagem na internet exatamente sobre esse tema: buscar o Reino de Deus.

Já era noite, abri o meu devocional e o texto-base era "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça..." (Mateus 6.33).

Vou deixar aqui algumas frases que li sobre isso:

"Buscai primeiro o Reino de Deus". Argumentamos exatamente ao contrário: "Ah, mas eu, eu tenho que viver... Preciso de dinheiro, tenho que me vestir, me alimentar". A nossa grande prioridade não é o Reino de Deus, mas é o como vamos ajeitar nossas vidas. Jesus inverte essa ordem: relacione-se com Deus em primeiro lugar - que essa seja preocupação primeira de nossas vidas; não deposite suas preocupações em outras coisas dessa vida.
Oswald Chambers

sábado, 10 de maio de 2008

Além das conjecturas

"Não havendo profecia, o povo se corrompe"
Provérbios 29.18

Há uma diferença entre manter um ideal e ter uma visão. Um princípio não vem de uma inspiração moral, mas uma visão sim. Pessoas que são totalmente conduzidas por princípios ideais raramente fazem alguma coisa. A minha idéia pessoal acerca de Deus e de Seus atributos pode, na verdade, ser usada como justificativa elaborada para que eu negligencie deliberadamente os meus deveres.

Jonas tentou se desculpar da sua desobediência, dizendo para Deus: "sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em beningidade, e que te arrependes do mal" (Jonas 4.2). Eu também devo ter as minhas certezas a respeito de Deus e de Suas características, mas talvez elas sejam o motivo pelo qual eu deixo de cumprir com os meus deveres. Entretanto, onde há visão, há também vida honesta e íntegra, porque a visão promove incentivo moral.

Nossos princípios idealistas conduzem-nos à ruína. Examine-se a si mesmo espiritualmente e veja se você tem uma visão ou só princípios.

O que um homem alcança deve exceder o que ele pensou. Em outras palavras, o que esperamos do céu?

"Não havendo profecia, o povo se corrompe...". Uma vez que perdemos a visão de Deus, começamos a temer. Abrimos mão de restrições para aquilo que sabemos errado. Deixamos a oração de lado e paramos de ter a visão de Deus nas pequenas coisas do dia-a-dia. Simplesmente, começamos a agir na nossa própria força, por iniciativa própria, sem esperar pela surpreendente intervenção do Senhor. Perdemos a visão.

Será que a nossa atitude hoje é uma atitude nascida da nossa visão de Deus? Estamos esperando que Ele faça coisas maiores do que já fez antes? Há frescor e vitalidade na nossa perspectiva espiritual?

Traduzido de: My Utmost for His Highest - Oswald Chambers

Reaching beyond our grasp

Where there is no revelation [or prophetic vision],
the people cast off restraint . . .

Proverbs 29:18

There is a difference between holding on to a principle and having a vision. A principle does not come from moral inspiration, but a vision does. People who are totally consumed with idealistic principles rarely do anything. A person’s own idea of God and His attributes may actually be used to justify and rationalize his deliberate neglect of his duty. Jonah tried to excuse his disobedience by saying to God, ". . . I know that You are a gracious and merciful God, slow to anger and abundant in lovingkindness, One who relents from doing harm" ( Jonah 4:2 ). I too may have the right idea of God and His attributes, but that may be the very reason why I do not do my duty. But wherever there is vision, there is also a life of honesty and integrity, because the vision gives me the moral incentive.

Our own idealistic principles may actually lull us into ruin. Examine yourself spiritually to see if you have vision, or only principles.

Ah, but a man’s reach should exceed his grasp, Or what’s a heaven for?

"Where there is no revelation [or prophetic vision]. . . ." Once we lose sight of God, we begin to be reckless. We cast off certain restraints from activities we know are wrong. We set prayer aside as well and cease having God’s vision in the little things of life. We simply begin to act on our own initiative. If we are eating only out of our own hand, and doing things solely on our own initiative without expecting God to come in, we are on a downward path. We have lost the vision. Is our attitude today an attitude that flows from our vision of God? Are we expecting God to do greater things than He has ever done before? Is there a freshness and a vitality in our spiritual outlook?

From: My Utmost for His Highest - Oswald Chambers

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Viajar sempre

Chegando ao fim dessa semana, posso concluir mais uma vez sobre o valor do aprendizado.

Aprendi tanta coisa ao longo desses últimos dias. Obviamente, vou acumulando conhecimento. Mas o melhor é poder ver a minha própria vida sendo transformada na medida em que o aprendizado reflete-se em minha vida e/ou vice-versa.

Uma das coisas que não vou esquecer é o novo significado da palavra "viajar". Em uma língua na região da Indonésia, o verbo tem o sentido comum de locomoção, sair de um lugar para outro. Mas "viajar" para eles também significa "lavar os olhos".

E não é isso que tem acontecido comigo?

Ao longo desses quase nove meses aqui na Noruega, os meus olhos tem sido lavados. É bom poder olhar para o mundo assim!