sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Da inação à oração

Há muito tempo, andava desconfiado de mim mesmo. Diante da televisão que me mostrava as dores deste mundo, eu permanecia apático, inerte e cético. Por exemplo, o meu envolvimento com a história de vida dos mineiros chilenos foi raso. Confesso que, egocentricamente, privava-me da compaixão. Talvez, justificava essa postura com a pergunta evasiva do "o que eu posso fazer por isso?"

A situação crítica pela qual passa o Rio de Janeiro nesta semana, especificamente, e o barril de pólvora que é questão entre as Coreias foram os estopins. Eu me dei conta de quão sensível é a fronteira entre a paz e a guerra. Chamou-me a atenção o fato de que pessoas, como eu e você, que trabalham, têm família, amigos, sonhos, direitos e deveres, essa gente tem sido vítima de violência e expressões desmedidas de ódio aqui no Brasil e lá no outro canto do mundo.

O que eu posso fazer? Entendi que melhor que a inação é a oração. E não acho que essa conclusão é fruto de minhas estratégias cognitivas. Creio, firmemente, que o Espírito Santo, o parakletos, é quem me motiva a sair de mim mesmo e servir nesta dimensão desconhecida da intercessão. E essa premissa se justifica pela própria identidade de Cristo que "não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Marcos 10.45).

Como preciso aprender a servir dessa maneira. Alguns podem dizer que, enquanto se ora, podia-se estar fazendo alguma coisa "mais útil". Todavia, a oração nos relembra de nossa condição e, até mesmo, da nossa não-condição. Frente às complexidades que envolvem o Rio de Janeiro e as Coreias, qual é solução humana possível?

Ah, Deus, estende teu braço forte e intervém em nossa realidade, manifestando a tua solução. Estamos cansados, Senhor. Temos medo, insegurança e, por vezes, a tristeza nos abate, roubando de nós a esperança. Tu podes, sim, trazer a paz. Tu, sim, és capaz de mudar a situação do Rio de Janeiro e acalmar os ânimos das Coreias. Não nos deixe indiferentes, Senhor, diante das dores deste mundo. Motiva-nos à oração quando não podemos falar com nossas mãos. No nome soberano de Jesus. Amém.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Duas orelhas e uma boca

"O que controla a sua boca preserva a vida,
mas quem fala demais traz sobre si a ruína"
(Pv 13.3).
Enquanto assistia a uma palestra, ele tuitava "isso aqui está tão chato". O outro, desabafando, reclamava do chefe, dos colegas e de seu trabalho. A outra dizia que se espantava consigo mesma por estar tomando mais um porre em plena terça-feira. Uma ainda confessava as carências afetivas que a consumiam. Uma amiga minha resumiu bem esse cenário dizendo: "Metaforizando: Já perceberam que o Facebook é um divã e os psicanalistas somos nós?"

Nossa geração tem concentrado muita atenção nas redes sociais. Facebook, Twitter, Orkut e congêneres são os suportes utilizados para que as narrativas do eu se manifestem. "No que você está pensando agora?", "O que está acontecendo?", "Qual é a frase do seu perfil?": essas perguntas têm nos provocado e temos respondido a elas. Sem dúvida, individualismo e subjetividade nunca estiveram tão evidentes.

Você pode opinar sobre tudo e todos. Você pode elaborar o discurso sobre si. Você está em evidência. Você tem espaço. Onde ficam os outros? E cadê aquela lógica, que a vovó ensinava, do "meu ouvido não é penico"? No exercício de ser e conviver, o eu precisa se dar conta do outro e do mundo, pois ele não subsite sozinho e, se assim tenta ser, acaba por se anular.

Temos falado muito. Será que esquecemos do que, quando crianças, ouvíamos com frequência: temos duas orelhas e uma boca? Será que a internet tem reproduzido o comportamento típico humano do pouco ouvir e do muito falar? O que temos falado nas redes sociais?

O sábio Salomão - aviso, ele não tem Twitter, Facebook e nem Orkut que seja oficial - já advertia que controlar a boca preserva a vida. Será mesmo que as redes sociais são o melhor lugar para expressar o meu humor, as minhas dúvidas pessoais e percepções que tenho sobre os outros? Essa verborragia é válida pra quê?

Para que a pulga fique atrás da orelha, vale a pena pensar que Jesus Cristo disse que "a boca fala do que está cheio o coração" (Mt 12.34b). Que tal dar uma olhada para o meu coração hoje? Mas não preciso tuitar o que achei, né!?

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O último voo

Ela, caída sobre a calçada, agonizava seu último voo. O bater das asas parecia uma tentativa última, ainda que grudada ao solo, de voar. Voar para fugir da dor. Voar para fugir da morte. Voar para ser o que sempre foi.

A cidade não parou para vê-la. Antes, o ronco dos motores e o fluxo das pernas apressadas se intensificavam, mais e mais, a cada minuto. Ignorando a cena e ignorando uns aos outros, os homens e as mulheres seguiam sua vida urbanizada. Típica cena de recomeço de semana na urbe.

Também, quem disse que o urbano a reverenciaria no funeral anônimo? Ela, agora, enxergava a cidade de um ângulo limitado para suas asas. O olhar não mais era altaneiro, atinha-se ao chão.

Asas batiam, batiam. Asa batia. Força faltava. O corpo pesava. Imóvel ficou. Um último voo a levou para longe. Jazia a pomba naquela quarta-feira de manhã.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Cortina

"Aquela janela precisa de uma cortina". A sentença fora pronunciada diversas vezes. Ela achava importante e essencial, mas ele não. Homem tem dessas coisas. "É melhor assim, é bom pro ar circular mais". A alma feminina averiguava (e achava) razões mil para cobrir a tal janela. O argumento mais repetido era o da privacidade. "Todo mundo que passa na rua olha aqui para dentro".

Já dizia o ditado, quando um não quer, dois não brigam. Contudo, naquele caso, a briga permanecia tácita entre os dois. De um lado, a indiferença dele, já que o ar tinha que circular no ambiente. Do outro, a frustração dela por julgar que a casa estava desprotegida sem a sonhada cortina.

Os anos de casamento se passavam e a janela continuava a enxergar marido e mulher todos os dias. Havia meses em que o assunto retornava mais intensamente. "Eu vi umas cortinas lindas hoje". Era o suficiente para retomar a discussão. Não que a questão fosse por demais conflitante, tratava-se mais de um deixa que eu deixo não declarado entre ele e ela e vice-versa.

Era mais um dia normal e ela voltava para casa com a sacola na mão. Dentro, vinham as cortinas. "Alcança aquele parafuso ali pra mim?", pediu o marido, do alto da escada, instalando os trilhos. Os olhos intrometidos daquela janela não iriam mais assistir às querelas do casal.

domingo, 22 de agosto de 2010

A César o que é de César

Eu não voto em pastor. Eu não voto em padre. Eu não voto em babalorixá. Eu não voto em rabino. Não voto nos derivados religiosos. Eu não voto em cantor. Eu não voto em jogador.

O pastor, o padre, o babaloxirá, o rabino que não sabe legislar ou executar serve para que nos cargos políticos? De que adianta o cantor ou o jogador de futebol que não sabe o que lhe é responsabilidade no âmbito político quando eleito?

Quer sejam religiosos, quer sejam representantes de um classe profissional, as figuras que aparecem na época de eleições precisam, antes de tudo, de mostrar que sabem o que é democracia, de mostrar que sabem o que é o cargo para o qual se candidatam. E esse mostrar que sabem não quer dizer ter na ponta da língua a definição, mais do que isso, a vida que vivem é que deve dizer. Por exemplo, o pastor não exercerá o mandato, mas sim o cidadão fulano de tal que, por acaso, é pastor e se candidatou. Percebe a (i)lógica?

Eu voto, sim, em homens e mulheres que se mostram capazes de exercer as funções que lhes são cabidas. Inegavelmente, a experiência pessoal é fator que conta na hora de se escolher em quem votar. Por isso, é preciso, antes, saber qual o nível de experiência na vida pública desses representantes religiosos ou profissionais. O que eles já fizeram ou fazem em prol da sociedade?

Oficiar rituais religiosos é uma coisa. Entreter com o futebol e com a música é uma coisa. Agora, exercer um cargo público é fundamental não só para um segmento, mas para toda a sociedade. Tem gente que é e tem gente que não é religiosa. Tem gente que gosta e tem gente que não gosta de futebol ou de determinado estilo musical. Mas todos experimentam a consequência daquilo que faz um governante.

Já dizia o Nazareno: "deem a César o que é de César e, a Deus, o que é de Deus" (Mateus 22.21).

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Guidance - a short tale as a prayer

Where does he go? He heads to somewhere that we don't know. A secret place within or out of himself, where many folded pieces come together in order to hide him from or find him... Where is he? Does he puzzle himself? Someone sees him.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Teolorgia da propriedade

Estava lendo um texto de Max Weber e, em uma das partes, fiquei chocado com a atualidade da descrição que ele faz da noção do merecimento de bênçãos no universo religioso por parte dos fiéis.

Os afortunados raramente se contentam com o fato de serem afortunados. Além disso, necessitam saber que têm o direito à sua boa sorte. Desejam ser convencidos de que a "merecem" e, acima de tudo, que a merecem em comparação com os outros. Desejam acreditar que os menos afortunados também estão recebendo o que merecem. A boa fortuna deseja, assim, "legitimar-se".
WEBER, Max. A psicologia social das religiões mundiais. In: ____. Ensaios de sociologia. 3.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1974. p.314.

Pensando bem na terminologia empregada para designar a pregação de bens materiais e o materialismo-consumista que invade, descaradamente, os púlpitos na atualidade, acredito que não seria sacrilégio mudar a corrente designação. Por que teologia da prosperidade? Por que não teolorgia da propriedade?

Vamos por partes, como o Jack - já que a moral anda tão degradada. Teolorgia: por quê? O Houaiss define orgia como "festa que se caracteriza pela euforia, pelos excessos de bebida, de desregramentos etc.; abundância, profusão". E não é isso que acontece na consciência daqueles que propagam a dita cuja? Se teologia ainda é o "estudo de Deus e suas relações com o homem", não consigo entender como se pode conceber a ideia de que, por ser filho do Rei e demais jargões de boca, tenho o direito de exigir prosperidade. Bíblica e historicamente, percebo que o homem e a mulher se enriquecem através do seu trabalho. E o trabalho, que é consequência do pecado, é o instrumento usado por Deus para nos dignificar.

Quem quer dinheiro? A maioria da população brasileira aprendeu, com o Sílvio Santos, a responder a essa questão inserindo-se na lista de interessados. A riqueza, o dinheiro é nosso desejo. Ainda que a teolorgia da propriedade não tenha suas raízes nas terras tupiniquins, o território brasileiro constitui, para ela, espaço ideal para propagação. Você ainda se lembra que nossa sociedade se caracteriza por uma minoria rica e uma esmagadora maioria pobre?

Não parece estranho tentar elaborar uma justificativa para legitimar esse desejo? Não soa absurdo cometer crimes à exegese para forjar um respaldo bíblico à nossa ganância? Talvez, por estarmos tão acostumados em tentar justificar nossos próprios erros, nem nos damos conta do perigo que é levar adiante as mentiras sobre nós mesmos, contando mais uma meia-verdade. Adão e Eva tentam esse método desde quando comeram o fruto proibido no Éden.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

E o livro?

Encontrei dois vídeos geniais sobre o livro. Ambos são bem humorados e tratam do conflito novas tecnologias versus antigas tecnologias. Em tempos em que, supostamente, a internet e os e-books ameaçam o velho e bom livro, esses dois vídeos servem para ampliar a discussão e mostrar a revolução que os livros causaram - e, ainda, podem causar - na humanidade. Para assisti-los, clique nas imagens abaixo.


terça-feira, 20 de abril de 2010

Sarau da Inconfidência

Um grande amigo elaborou o texto. Uma grande amiga auxiliou na organização e direção. Os dois amigos me deram, de presente, o convite para participar de um sarau que contou a história e apontou a trajetória da Inconfidência Mineira.

O Sarau da Inconfidência foi uma leitura dramatizada do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. Além do texto da autora, recortes de poemas (do Arcadismo ao Modernismo), poemas musicados e canções populares também integraram a apresentação.

Ontem à noite, apresentamos o Sarau. Foi emocionante. Percorrer a história - que, por mais distante, está tão próxima - é um exercício que sempre nos faz refletir. Envolver-se com a arte - em suas múltiplas formas - sensibiliza-nos. Na lembrança, uma percepção nova do passado que envolveu a luta pela liberdade nas Minas Gerais.

Ao Sandro, meus cumprimentos e aplausos! À Jaciluz, minha admiração!

Clicando aqui, você vê algumas fotos do espetáculo.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

CR - Uberlândia

O que é CR? Significa Conselho Regional. De quê? Da Aliança Bíblica Universitária (ABU). De 2 a 4 de abril, participei, junto de Karen Aquino e Gabriela Hott - ambas também da ABU-Juiz de Fora, desse encontro da ABU Centro-Oeste lá em Uberlândia.

A ida ao CR valeu muito! O bom de encontros como esse é que eles não são um fim em si mesmos, pelo contrário, pretendem nos capacitar para seguirmos encorajados na missão de viver o Evangelho. Éramos em torno de 50 pessoas no total. Gente de Minas, de Goiás, do Mato Grosso...

O CR foi tempo de nos dedicarmos a pensar e orar pela nossa região, tempo de conhecer pessoas que estão caminhando nesse propósito de testemunhar Jesus Cristo, tempo de sermos edificados mutuamente e, sobretudo, tempo de sermos moldados pela Palavra.

Estudamos, ao longo desses dias, a carta de 1Tessalonicenses e fomos, profundamente, desafiados por aquilo que pudemos ouvir e meditar. Louvado seja o nosso Deus porque Sua voz tem nos chamado a caminhar e prosseguir! Em resumo, "é uns aos outros".

terça-feira, 23 de março de 2010

Fé e obediência

Ah, Senhor,
permita que eu caminhe em fé, como fez Abraão.
Permita que eu obedeça à sua voz,
ainda que venha a tribulação.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Felizes... (VIII)

Os PERSEGUIDOS POR CAUSA DA JUSTIÇA.
Ser perseguido por fazer a vontade do Senhor. Perseguição corresponde à evidência de autenticidade. Jesus nos orienta a nos alegrarmos com a perseguição.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Felizes... (VII)

Os PACIFICADORES.
Qual é a nossa mensagem de paz? Somos chamados e vocacionados a anunciar a paz com Deus e com o próximo (o Evangelho). Essa mensagem inspira-nos a esforços para a paz. A dimensão de nossas atitudes envolve ser pacificador na comunidade de fé e na sociedade. Veja Hebreus 12.14.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Felizes... (VI)

Os PUROS DE CORAÇÃO.
Ser puro de coração é viver com transparência, sinceridade, honestidade. Confira o que o salmista comenta no Salmo 24.3 e 4. Também no Salmo 51.6, a expressão “verdade no íntimo” aponta para a relevância da pureza de nossos corações.

terça-feira, 2 de março de 2010

Felizes... (V)

Os MISERICORDIOSOS.
Ser misericordioso é compadecer-se, importar-se, ter compaixão. Misericórdia, do grego, eleos → sempre trata da dor, da miséria e do desespero que resultam do pecado. Nós preferimos nos isolar da dor e da calamidade, mas Jesus chama de bem-aventurados aqueles que escolhem compadecer-se, importar-se com outros.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Felizes... (IV)

Os QUE TÊM FOME E SEDE DE JUSTIÇA.
Essa fome e essa sede resultam de uma ambição espiritual: querer o Reino de Deus. (Romanos 14.17 e Lucas 4.18 e 19).

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Felizes... (III)

Os HUMILDES.
O professor do Centro Evangélico de Missões, Phillip Greenwood, diz que “a humildade é fruto de uma nova compreensão de mim mesmo diante de Deus”. Assim, ser humilde é possuir um espírito gentil e uma estimativa correta de si mesmo. A Palavra nos ensina que “Deus resiste aos soberbos”.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Felizes... (II)

Os QUE CHORAM.
Esse choro é o lamento pela indignidade, o constrangimento pela santidade de Deus, o choro pelo pecado pessoal e do mundo. Qual a razão desse chorar? Tristeza do arrependimento, contrição, chorar pela minha maldade, pela maldade do outro, pela maldade deste mundo. Jesus fala de uma tristeza segundo o coração de Deus.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Felizes... (I)

Os POBRES DE ESPÍRITO.
Ser pobre de espírito é reconhecer-se indigno. O aflito, no Antigo Testamento, é alguém que está sofrendo e não tem condições de salvar-se a si mesmo. Ser pobre de espírito é reconhecer a minha pobreza espiritual, minha falência diante de Deus. A igreja de Laodiceia dá um exemplo para nós (Apocalipse 3.17).

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Felicidade e Reino de Deus

Na abertura do Sermão da Montanha, Jesus trata das “bem-aventuranças”. Certamente, muita gente conhece, cita e admira essas palavras. Contudo, o significado que elas trazem não querem apenas causar admiração em nós; antes, as palavras de Cristo querem transformar nossa vida, fazer de nós novas pessoas, não apenas pessoas melhores.

As bem-aventuranças estão listadas no capítulo 5 de Mateus, dos versos 3 ao 12. Essencialmente, elas tratam do caráter do cristão, uma vez que Jesus destina-as àqueles que estavam mais próximos dele. Isso é confirmado no próprio texto bíblico. Basta ler, com atenção, os dois primeiros versículos do capítulo 5. Contudo, sabemos que a multidão, daquele tempo e também de hoje, ouve as palavras do Mestre.

Ao todo, Jesus apresenta oito bem-aventuranças. As quatro primeiras tratam do relacionamento do discípulo com Deus. As quatro últimas, do relacionamento e dos deveres dos discípulos para com o próximo.

Em seu livro A mensagem do Sermão do Monte, John Stott afirma: “As bem-aventuranças são especificações dadas pelo próprio Cristo quanto ao que cada cristão deveria ser. Todas essas qualidades devem caracterizar todos os seus discípulos” (p.19).

Hoje, começa uma nova série aqui no blog. Felizes... é composta por oito postagens sobre as bem-aventuranças. Ser bem-aventurado é ser feliz. Podemos traduzir “bem-aventurado” por “feliz”. Vale ressaltar que, no grego, makarios designa não o estado subjetivo, passageiro da felicidade, mas, sim, algo permanente, estável, definitivo, certo.

Meu desejo sincero é que você seja makarios, segundo o que Jesus Cristo diz ser felicidade. As bem-aventuranças são desafiadoras para os discípulos e perturbadoras para a sociedade.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Cuidado

"O serviço a Deus é uma causa séria e profunda.
Guarda-te para que tu não te arruínes através dele."
(A. Schlatter)

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Lamento evangélico

Ontem à noite, quando voltava para casa, observei o fluxo contínuo de muitas pessoas com muletas. Uma, duas, três, quatro. Todas elas passavam ou perto de mim ou do outro lado da calçada. Junto delas, havia pessoas carregando Bíblias. Ouvindo uma conversa de ponto de ônibus, deduzi o que acontecia nas redondezas: toda aquela gente foi atraída até uma igreja.

O andar de um senhor com suas muletas, voltando daquela reunião, chamou-me a atenção. Fitei os olhos nos olhos dele: cabisbaixo, em sua senilidade, aquele homem caminhava lentamente com suas muletas. Parecia abatido ao voltar daquele “culto”. Talvez, ele esperava voltar de lá sem as muletas.

Esse episódio me fez pensar sobre o quanto caminhamos longe do senhorio de Jesus Cristo. Os ditos “seus seguidores” – ou mesmo, “seus apóstolos” – usam desse nome para se auto-promoverem, para fazerem promessas a um povo sedento, abatido, necessitado. Além disso, essa manipulação acaba colocando fardos sobre aqueles já chamados para serem livres.

Uma moça comentava, com orgulho, ao passar perto de mim: “Pois é. Eu já sou dizimista há três anos”. Quiçá, ela se julgava privilegiada por isso e, assim, digna de bênçãos especiais. O olhar daquele velhinho denunciava desesperança. Uma multidão vagava por aquela região da cidade, indicando o frissom religioso causado por mais um dos atuais super-seguidores: mais um que prometia a solução completa para todo sofrimento.

Sinceramente, angustia-me perceber o tipo de cristianismo que se dissemina país afora. Parece que nós, brasileiros e brasileiras, insistimos em dar crédito a qualquer um e a qualquer coisa, já que presumimos não desistir nunca...

Não conversei com aquele senhor que voltava para casa com sua esperança abatida. Entretanto, pensei comigo mesmo: “O que significaria, para mim, entrar em uma reunião ‘evangélica’, cheio de esperança de ser curado, já que o pregador atraiu-me com esse argumento, e voltar para casa com as minhas velhas e conhecidas muletas?”. Acredito que aquele homem já lidou com muitos revezes na sua vida. Inclusive, caso não tenha um bom plano de saúde, enfrentou muitas filas para ser atendido no nosso Sistema Único de Saúde.

O que fizemos com o nome de Jesus? O que temos feito em nome de Jesus? Sim, temos que fazer essas perguntas se somos pessoas sérias e comprometidas com o evangelho de Cristo. Jesus não é legenda partidária. Jesus não é ideologia. Jesus não é método. Jesus não é publicidade ou propaganda. Jesus não é liquidação.

Especificamente sobre a cura – bênção maravilhosa que acontece pela intervenção do Senhor – , percebo que a estão ofertando como produto nestes dias. Há uma infinidade de “promotores de vendas” nesse ramo. Pena que o produto oferecido tem prazo de validade bastante exaurível. Pena que é mais imediatista do que duradouro. Pena porque enganamo-nos com uma pirataria dos milagres e deixamos de experimentar a completude da obra de Cristo.

Referências bíblicas: Mateus 24.11 e 12; Jeremias 4.22 e 6.14
Texto escrito em 19/09/09.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

E se o sal deixa de salgar?

Eu me fiz essa pergunta depois de ler o artigo "Jovens cristãos: vamos para a balada", publicado no site da Ultimato. Escrito por João Heliofar de Jesus Villar, procurador regional da República, o texto analisa a identidade da juventude cristã contemporânea e questiona os caminhos tomados pela moçada.

Minha sugestão é imediata: deixe de ler os scraps no Orkut por uns 5 minutos ou desconecte-se do MSN por um tempo; enfim, encare o desafio de ler esse artigo e pensar a respeito dele. Clique no link.

Confira um trecho:

"Se esta vida é tudo o que existe, certos estão os jovens: vamos todos pra balada. Ou na versão bíblica: comamos e bebamos que amanhã morreremos. E Paulo ainda afirma que, se nossa esperança é aqui e agora, somos os mais desesperançados de todos os homens.

Agora, se Deus existe -- e esta é a única questão que importa responder -- viver esta vida como a única que existe é de uma incoerência terrível. Uma canelada eterna, diria Pascal. Quer dizer, se há Deus, desesperançados são os outros".

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A tattoo do Beckham

Não, não e não. Absolutamente, este blog não se tornou mais um daqueles tipos que comentam a vida das celebridades. Mas, por conta do fato, surge a opinião. E, neste caso específico, a opinião tem a ver com David Beckham.

No último fim de semana, o jogador mostrou para o mundo a sua mais nova tatuagem: no lado direito do abdômen, um desenho de Jesus assentado sobre a cruz . A figura é uma cópia da obra "The Man of Sorrows" (O homem das dores), do artista católico Matthew R. Brooks. A aparição da nova tattoo aconteceu no jogo em que Milan ganhou de 3 a 0 do Juventus.



Essa não é a primeira tatuagem com motivos religiosos de Beckham. O inglês possui outras como a de um anjo da guarda, de um crucifixo, além daquelas que são escritos em mandarim, nome de filho... Segundo o jornal Daily Mail, o esposo de Victoria Beckham tem 17 tatuagens pelo corpo.

David Beckham parece admirar a religião e os símbolos cristãos. Ele tem influências judaicas, mas, pelo que se sabe, não participa ativamente encontros religiosos de qualquer natureza. Interessante o fato de o pop-soccer player escolher a representação de Jesus Cristo, como homem de dores, para marcá-la em sua pele. E essa imagem contrasta tanto com a imagem do jogador super-famoso e admirado.

Sobre Jesus, as pessoas falam há bastante tempo. Mas pouca gente dá atenção para quem ele é e para o que veio fazer. Por volta do ano 738 a.C., Isaías fez uma descrição instigante a respeito desse homem das dores. O que você sabe sobre aquele que o Beckham tatuou em si? O sofrimento de Jesus Cristo tem razão e finalidade. Ele foi entregue à dor e à morte por causa dos meus e dos seus pecados, daquilo que nos afasta de Deus. Levando sobre si a minha culpa, Jesus ofereceu-se como sacrifício, anulando a minha condenação, resgatando-me, redimindo-me. Não só demonstrou vitória sobre o pecado, mas, inclusive, sobre a morte, pois Jesus Cristo ressuscitou. E é nessa esperança que somos chamados a viver: livres do poder do pecado e do medo da morte. Assim, experimentamos vida em abundância.

Resta sempre a pergunta, para mim, para o Beckham e para você: estamos no time de Jesus?

Acesse aqui a matéria do Daily Mail.

O Vårt Land é um jornal cristão norueguês. Nele, os assuntos são apresentados de maneira equilibrada e crítica, ampliando as discussões das notícias que envolvem religião e das que não envolvem o assunto também. Veja aqui a matéria publicada pelos noruegueses.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Pelo mundo afora

Foi divulgada, nesta semana, uma lista com a classificação da perseguição aos cristãos ao redor do mundo. Portas Abertas é o nome da instituição responsável por organizar essa listagem e, além disso, servir aos cristãos e cristãs que sofrem pelo nome de Jesus Cristo.

Coreia do Norte, Irã, Arábia Saudita, Somália, Maldivas, Afeganistão, Iêmen, Mauritânia, Laos e Uzbequistão são os dez países que encabeçam o ranking da perseguição.

Quer saber mais? Clique aqui.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Novidade

Feliz ano novo! No primeiro post de 2010, quero desejar a você abençoados 365 dias. Saiba que, para cada uma dessas tantas 24 horas que vêm pela frente, Deus reserva o cuidado e a direção dele para você.

Percebeu algo diferente? É, isso mesmo, o blog está de cara nova. Espero que as modificações facilitem a sua leitura e navegação e, obviamente, façam com que você seja um morador deste espaço.

Daqui a pouco, coisas novas vêm por aí.