sábado, 25 de maio de 2013
Jeito de menino
Caminhava atento às obrigações do dia naquela tarde de quarta-feira. O centro da cidade não é lugar para um andar bobo e tranquilo. E foi essa consciência que me enganou. A agitação do outro lado da vidraça não me fez passar incólume àquilo que acontecia. De dentro do ônibus, assentado junto à sua mãe, o sorriso de um garoto distribuía acenos e alegrias a mim. Ele, nos seus 4 ou 5 anos de idade, desconsiderava o fato de conhecer-me ou não, gratuitamente, ofertou-me afeto. Eu, na distância da calçada, olhei em seus olhos e contagiei-me com a sua alegria. Correspondi-lhe a generosidade do gesto. A cena foi breve como a vida, deu fôlego àquele restante de dia. O menino me ensinou que é preciso estar mais que atento para perceber as bobeiras de meu cotidiano.
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