terça-feira, 13 de setembro de 2011

Despedida

para Dona Zezé*

O oi já foi como despedida no momento em que o cotidiano de vizinhos promovia nosso encontro. Eu indo. Ela vindo. Aquela comodidade do como vai foi tudo o que aconteceu, já que os nossos compromissos davam sinais de que era hora de ir. "Só estou sentindo uma dorzinha aqui". "Fica com Deus e melhoras".

Fomos. Mas ela, no dia seguinte, não pôde se encontrar comigo no portão de casa. Fora internada subitamente. Da consulta médica não foi liberada. Três, dois, um. Do sábado à terça-feira seu corpo foi se despedindo da gente. Rápido. Silenciosamente. O adeus elaborou sua contagem regressiva e gritou hoje.

Agora, alegro-me por saber que pudemos dizer e ser bem mais do que uma rotina.

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*À memória de Dona Zezé, minha vizinha, de 67 anos, que faleceu hoje.

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