sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Da inação à oração

Há muito tempo, andava desconfiado de mim mesmo. Diante da televisão que me mostrava as dores deste mundo, eu permanecia apático, inerte e cético. Por exemplo, o meu envolvimento com a história de vida dos mineiros chilenos foi raso. Confesso que, egocentricamente, privava-me da compaixão. Talvez, justificava essa postura com a pergunta evasiva do "o que eu posso fazer por isso?"

A situação crítica pela qual passa o Rio de Janeiro nesta semana, especificamente, e o barril de pólvora que é questão entre as Coreias foram os estopins. Eu me dei conta de quão sensível é a fronteira entre a paz e a guerra. Chamou-me a atenção o fato de que pessoas, como eu e você, que trabalham, têm família, amigos, sonhos, direitos e deveres, essa gente tem sido vítima de violência e expressões desmedidas de ódio aqui no Brasil e lá no outro canto do mundo.

O que eu posso fazer? Entendi que melhor que a inação é a oração. E não acho que essa conclusão é fruto de minhas estratégias cognitivas. Creio, firmemente, que o Espírito Santo, o parakletos, é quem me motiva a sair de mim mesmo e servir nesta dimensão desconhecida da intercessão. E essa premissa se justifica pela própria identidade de Cristo que "não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Marcos 10.45).

Como preciso aprender a servir dessa maneira. Alguns podem dizer que, enquanto se ora, podia-se estar fazendo alguma coisa "mais útil". Todavia, a oração nos relembra de nossa condição e, até mesmo, da nossa não-condição. Frente às complexidades que envolvem o Rio de Janeiro e as Coreias, qual é solução humana possível?

Ah, Deus, estende teu braço forte e intervém em nossa realidade, manifestando a tua solução. Estamos cansados, Senhor. Temos medo, insegurança e, por vezes, a tristeza nos abate, roubando de nós a esperança. Tu podes, sim, trazer a paz. Tu, sim, és capaz de mudar a situação do Rio de Janeiro e acalmar os ânimos das Coreias. Não nos deixe indiferentes, Senhor, diante das dores deste mundo. Motiva-nos à oração quando não podemos falar com nossas mãos. No nome soberano de Jesus. Amém.

3 comentários:

Ronni Anderson disse...

Coletivamente, dizemos: Amém...

Anônimo disse...

É doloroso quando constatamos que nem o pouco que depende de nós, nós temos feito...

Gabi Hott disse...

Amém, Senhor!