sexta-feira, 13 de abril de 2012

"Os miseráveis"

Nesse primeiro bimestre escolar, trabalhei com os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental uma adaptação do livro "Os miseráveis", de Victor Hugo. Parte da proposta de trabalho era uma apresentação em sala e o que compartilho aqui são produções dos estudantes que traduzem o impacto que a leitura da obra causou sobre eles.

"Os miseráveis" tem acentuado caráter de reflexão social. Seguir a trajetória de Jean Valjean é se deparar com conflitos humanos que ainda falam à nossa geração. Fantine, Cosette, Javert, Marius, Thénardier, Bienvenu, Fauchelevent, dentre outros, são personagens que convidam os leitores a fazer parte do universo hugoano. E cada um desses ensina uma lição diferente. Perceber que esse texto resiste à e (re)existe a partir da leitura de meninos e meninas com 13 e 14 anos é testemunhar que aquele escritor francês do século XIX, de fato, tinha algo a dizer.

O poema abaixo foi escrito pelo aluno Fernando Almeida e apresentado como conclusão de seu trabalho:
O que é miséria?
Uma coisa gerada por nós.
Onde está a miséria?
Está em todo lugar.
Quem é a miséria?
A miséria somos nós...

Não entendo essa miséria.
Não sei onde está.
Não sei onde procurar.
Mas que boba, mas que megera.

Descobri onde está.
Mas nem precisei procurar.
Descobri o que sou.
Descobri que sou um miserável
por eu mesmo gerar os miseráveis.
O vídeo a seguir é resultado do trabalho dos estudantes Ana Beatriz Vilela, Bernardo Zanetti, Caroline Dias, Gabriel Leite, Gustavo Hespanhol, Larissa Freez, Lucas Lima e Thales Buzan.
 
 

Foram as mais variadas expressões que povoaram as aulas de Língua Portuguesa quando das apresentações das equipes: música, dança, teatro e artes plásticas se aliaram à literatura e motivaram as leituras de "Os miseráveis".

Alegro-me pelo fato de perceber que os alunos têm se despertado para temáticas tão sérias e com tanta sensibilidade. Como lhes disse, acredito que nenhum deles vai se esquecer daqueles personagens e, mais, nenhum deles vai deixar de notar a atualidade, a presença dos miseráveis hoje e amanhã.

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