terça-feira, 11 de maio de 2010

Teolorgia da propriedade

Estava lendo um texto de Max Weber e, em uma das partes, fiquei chocado com a atualidade da descrição que ele faz da noção do merecimento de bênçãos no universo religioso por parte dos fiéis.

Os afortunados raramente se contentam com o fato de serem afortunados. Além disso, necessitam saber que têm o direito à sua boa sorte. Desejam ser convencidos de que a "merecem" e, acima de tudo, que a merecem em comparação com os outros. Desejam acreditar que os menos afortunados também estão recebendo o que merecem. A boa fortuna deseja, assim, "legitimar-se".
WEBER, Max. A psicologia social das religiões mundiais. In: ____. Ensaios de sociologia. 3.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1974. p.314.

Pensando bem na terminologia empregada para designar a pregação de bens materiais e o materialismo-consumista que invade, descaradamente, os púlpitos na atualidade, acredito que não seria sacrilégio mudar a corrente designação. Por que teologia da prosperidade? Por que não teolorgia da propriedade?

Vamos por partes, como o Jack - já que a moral anda tão degradada. Teolorgia: por quê? O Houaiss define orgia como "festa que se caracteriza pela euforia, pelos excessos de bebida, de desregramentos etc.; abundância, profusão". E não é isso que acontece na consciência daqueles que propagam a dita cuja? Se teologia ainda é o "estudo de Deus e suas relações com o homem", não consigo entender como se pode conceber a ideia de que, por ser filho do Rei e demais jargões de boca, tenho o direito de exigir prosperidade. Bíblica e historicamente, percebo que o homem e a mulher se enriquecem através do seu trabalho. E o trabalho, que é consequência do pecado, é o instrumento usado por Deus para nos dignificar.

Quem quer dinheiro? A maioria da população brasileira aprendeu, com o Sílvio Santos, a responder a essa questão inserindo-se na lista de interessados. A riqueza, o dinheiro é nosso desejo. Ainda que a teolorgia da propriedade não tenha suas raízes nas terras tupiniquins, o território brasileiro constitui, para ela, espaço ideal para propagação. Você ainda se lembra que nossa sociedade se caracteriza por uma minoria rica e uma esmagadora maioria pobre?

Não parece estranho tentar elaborar uma justificativa para legitimar esse desejo? Não soa absurdo cometer crimes à exegese para forjar um respaldo bíblico à nossa ganância? Talvez, por estarmos tão acostumados em tentar justificar nossos próprios erros, nem nos damos conta do perigo que é levar adiante as mentiras sobre nós mesmos, contando mais uma meia-verdade. Adão e Eva tentam esse método desde quando comeram o fruto proibido no Éden.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

E o livro?

Encontrei dois vídeos geniais sobre o livro. Ambos são bem humorados e tratam do conflito novas tecnologias versus antigas tecnologias. Em tempos em que, supostamente, a internet e os e-books ameaçam o velho e bom livro, esses dois vídeos servem para ampliar a discussão e mostrar a revolução que os livros causaram - e, ainda, podem causar - na humanidade. Para assisti-los, clique nas imagens abaixo.


terça-feira, 20 de abril de 2010

Sarau da Inconfidência

Um grande amigo elaborou o texto. Uma grande amiga auxiliou na organização e direção. Os dois amigos me deram, de presente, o convite para participar de um sarau que contou a história e apontou a trajetória da Inconfidência Mineira.

O Sarau da Inconfidência foi uma leitura dramatizada do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. Além do texto da autora, recortes de poemas (do Arcadismo ao Modernismo), poemas musicados e canções populares também integraram a apresentação.

Ontem à noite, apresentamos o Sarau. Foi emocionante. Percorrer a história - que, por mais distante, está tão próxima - é um exercício que sempre nos faz refletir. Envolver-se com a arte - em suas múltiplas formas - sensibiliza-nos. Na lembrança, uma percepção nova do passado que envolveu a luta pela liberdade nas Minas Gerais.

Ao Sandro, meus cumprimentos e aplausos! À Jaciluz, minha admiração!

Clicando aqui, você vê algumas fotos do espetáculo.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

CR - Uberlândia

O que é CR? Significa Conselho Regional. De quê? Da Aliança Bíblica Universitária (ABU). De 2 a 4 de abril, participei, junto de Karen Aquino e Gabriela Hott - ambas também da ABU-Juiz de Fora, desse encontro da ABU Centro-Oeste lá em Uberlândia.

A ida ao CR valeu muito! O bom de encontros como esse é que eles não são um fim em si mesmos, pelo contrário, pretendem nos capacitar para seguirmos encorajados na missão de viver o Evangelho. Éramos em torno de 50 pessoas no total. Gente de Minas, de Goiás, do Mato Grosso...

O CR foi tempo de nos dedicarmos a pensar e orar pela nossa região, tempo de conhecer pessoas que estão caminhando nesse propósito de testemunhar Jesus Cristo, tempo de sermos edificados mutuamente e, sobretudo, tempo de sermos moldados pela Palavra.

Estudamos, ao longo desses dias, a carta de 1Tessalonicenses e fomos, profundamente, desafiados por aquilo que pudemos ouvir e meditar. Louvado seja o nosso Deus porque Sua voz tem nos chamado a caminhar e prosseguir! Em resumo, "é uns aos outros".